sexta-feira, 3 de julho de 2009

POEMA

A ARREPENDIDA
Padre:
há quinze dias que não durmo com ninguém.
Acuso-me
de não ter ganho a vida com as mãos,
de ter tido desnecessários luxos
e três maridos, Padre,
... eram maridos de outras mulheres.
Podia ter tido muitos filhos.
Não quero voltar a fazê-lo;
vou retirar-me do ofício.
Pode recomendar-me a algum reformatório?
Vocês têm sempre boas influências.
Não vou à missae como carne. Sempre.
Socorro as criadas e aos pobres do bairro
nunca lhes cobro grande coisa.
Também quero dizer-lhe
que sou muito infeliz.
Glória Fuertes

sábado, 11 de abril de 2009

CHE

Este vídeo não reflecte a minha ideologia política. Não explica, em homenagem a Aristóteles, o "animal político" que possa eventualmente existir em mim. Mas é uma música muito enriquecedora e que alivia o nosso espírito face ao contexto que se vive de instabilidade e incerteza.
Independentemente das opções políticas e gostos musicais, apreciem...

sábado, 30 de agosto de 2008

POLÍTICA INTERNACIONAL - CÁUCASO

Em 1989 o Mundo mudou. Foi o ano em que caiu o Muro de Berlim, que significou simbolicamente o fim da Guerra Fria que se caracterizava por um vertiginoso bipolarismo entre as duas superpotências: Estados Unidos da América (EUA) e União Soviética (URSS). Contudo, hoje vive-se com a nítida sensação de que podemos estar a viver uma “pré-Guerra Fria II”. E que sinais são esses?
Em primeira lugar, o conflito no Cáucaso faz reflectir tendências imperialistas e dominadoras da Federação Russa sobre as antigas repúblicas socialistas que constituíam a ex-URSS. Em segundo lugar, estamos perante uma situação em que a Rússia quer demonstrar ao mundo o seu poderio militar e tecnológico, que era, em tempos, o orgulho da Nação Soviética. Em terceiro lugar, tem-se verificado um crescente número de intervenções críticas e azedas entre EUA e Rússia em razão da morosa retirada das tropas russas, pela questão da colocação do escudo antimíssil em certos zonas geoestratégicas na Europa, e pelo progressivo distanciamento das relações entre NATO (que também tem os seus interesses na Europa de Leste e na região do Cáucaso) e a Rússia.
Apesar destas razões, penso que a actual conjuntura dos acontecimentos desfavorece a Rússia, e pode acarretar consigo um grande perigo: o isolamento internacional. Isolamento em dois sentidos: primeiro, se mantiver a sua feroz ofensiva na Geórgia, não respeitando assim os princípios estabelecidos no cessar-fogo; o segundo, visto que a Rússia apoiou formalmente as regiões separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul, e se nenhum outro Estado apoiar as referidas independências, então isso pode-se traduzir numa perigosíssima posição de isolamento perante a Comunidade Internacional. Todavia, apesar deste cenário provável, não nos podemos esquecer que a Rússia tem um excelente argumento a seu favor que pode desconfigurar o xadrez político mundial. É que os EUA apoiaram, e mal, a independência do Kosovo, o que dá também legitimidade à Rússia para apoiar as independências da região do Cáucaso.
Em suma, não seria, com efeito, credível que se instaurasse um conflito à escala mundial pois, actualmente, são tão caleidoscópicos as questões, os problemas e os desafios que os Estados têm a enfrentar, que seria uma profunda desumanidade se pensassem em reeditar pela terceira vez uma Guerra Mundial em que os grandes atingidos seriam novamente milhões e milhões de inocentes desses países.
Por vezes, temos de ser políticamente incorrectos para sermos humanamente grandes.

domingo, 24 de agosto de 2008

Vitória Lusa na China

Nélson Évora

Vanessa Fernandes



Quero prestegar a minha homenagem e felicitação patriótica a estes dois atletas que conseguiram elevar o nome de Portugal, e por terem cumprido, com sucesso, os seus objectivos. Aquilo que desejo é que continuem a trabalhar e a lutar, porque a vida é, todos os dias, um aliciante desafio.
Obrigado Vanessa e Nélson

domingo, 10 de fevereiro de 2008

CONHECIMENTOS

Hoje realiza-se a final do Campeonato Africano ao nível de selecções, a CAN de 2008.
Uma competição que não tem possivelmente o impacto de um campeonato da Europa ou do Mundo, mas, globalmente, permite extrair um conjunto de conclusões de grande interesse.
Em primeiro lugar, por uma questão de influência europeia. As grandes "estrelas" das equipas africanas são oriundas dos principais campeonatos europeus. Recorde-se: Eto’o e Geremi (Camarões), Drogba (Costa do Marfim), Essein (Gana), etc. Por conseguinte, esta situação não pode ser entendida ou analisada de forma depreciativa, antes pelo contrário. Este fenómeno deve constituir um incentivo aos jogadores que militam em ligas africanas que, naturalmente não estão habituados ao mediatismo e à pressão dos grandes "palcos europeus" e que, por outro lado, aspiram, com toda a justiça e razoabilidade, ascender nas suas carreiras futebolísticas e ter a faculdade de jogar nas mais escaldantes campeonatos do Velho Continente.
Em segundo lugar, penso que a existência de diversos jogadores que exibem todo o seu valor em clubes de grande prestígio e grandiosidade social e financeira na Europa, só dignificam um Continente que, infelizmente, no passado foi tão massacrado e vítima de mais indeléveis atrocidades coloniais.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

RAZÕES DE UM BLOGUE

Caros leitores:

A criação do blogue Las Forças reveste-se de um sentimento muito especial: o desejo insaciável de erigir um espaço pautado pelo conhecimento, pela cultura e pelo debate amplo e democrático dos mais variadíssimos temas e matérias dos planos nacional e internacional. Portanto, é meu desiderato que este blogue se caracterize pela diversidade, pela compreensão, pela liberdade e sobretudo que não se traduza num caprichoso campo de confrontação e crispação político-ideológica.

Será um blogue com um sentido de ampla abertura e liberdade de expressão e de comunicação. Relativamente aos artigos que serão diariamente expostos, poderão ser comentados e analisados por todos os leitores e participantes. Como já referi, as postagens irão abranger temáticas relacionadas com a: política, economia, cultura, lazer, história, literatura e desporto.

Por seu turno, quero enfatizar o seguinte facto: não irei revelar o meu nome ou outras características atinentes à minha pessoa. Trata-se de uma questão de identidade pelo que não desejaria que a criação do blogue Las Forças, e as minhas consequentes opiniões, acarretassem vincadas cicatrizes no meu percurso, pois, não raras vezes, podemos pensar que vivemos num Estado de Direito, quando podemos estar a viver fatalmente na “Ditadura da Delação”.

Espero que apreciem a força da mensagem.